PENSANDO O PAPA FRANCISCO
A mídia brasileira querer compensar a “frustação” anti a
perspectiva malograda do país ter um Papa por vezes fica hilária: Dizer que o
Cardeal D. Cláudio Hummes teria recomendado ao ainda Cardeal “Jorge Mário Bergóglio” que (pensasse nos
pobres); que teria levado o Papa a escolher o nome de “Francisco”; é de um
“bairrismo” típico do brasileiro.
Vale lembrar uma das frases,
algumas polêmicas do Papa Francisco,
quando ainda Cardeal:
"Vivemos na região mais desigual do mundo, a que mais cresceu e a que menos reduziu a miséria. A distribuição injusta de bens persiste, criando uma situação de pecado social que grita aos céus e limita as possibilidades de vida mais plena para muitos de nossos irmãos".
"Vivemos na região mais desigual do mundo, a que mais cresceu e a que menos reduziu a miséria. A distribuição injusta de bens persiste, criando uma situação de pecado social que grita aos céus e limita as possibilidades de vida mais plena para muitos de nossos irmãos".
Creio que a
recomendação do Cardeal Hummes estaria incorrendo em uma inócua redundância.
Antes de continuar
neste assunto, quero esclarecer que pessoalmente não corro o erro estúpido e
presunçoso de me considerar Ateu. Contudo beiro o agnosticismo e pouco acredito
na Igreja com instituição, seja ela qual for. A religiosidade e a intimidade de
caráter espiritual de cada um são de foro íntimo e diz respeito somente ao
indivíduo. O que não o impede de compartilhar com outros que pensam como ele se
assim o desejar.
Também esclareço
que minhas considerações abaixo são embasadas em cima de notícias vinculadas
pela grande imprensa argentina e de textos escritos na Internet.
Nada tenho contra o
Cardeal Bergóglio e menos ainda contra o
Papa Francisco; aliás, me foi agradável a surpresa de finalmente ter em Roma um
Sumo Pontífice originado da América Latina.
Antes de pensar no
Papa Francisco, penso no ex-Cardeal Bergóglio e as denúncias que proliferam na
internet vindas da própria Argentina. São contundentes.
Menos por um alto
representante da Igreja Católica ser passivo por ocasião da Ditadura militar no
país, já que a Igreja sempre conviveu, forçada ou não, com os mais variados
regimes políticos, mesmo com àqueles que mais violentavam os Direito Humanos
dos discípulos do Vaticano. Até porque a Igreja não tem maiores forças para
lutar com qualquer regime político, seja ele qual for.
Ante qualquer
governo que tome o poder de um país, a Igreja sempre irá perguntar: “Quem está
no poder? Nós somos a Igreja e comandamos espiritualmente nosso rebanho”. E
seja qual for o mandatário no poder, irá conviver em harmonia com a Igreja e se
aproveitar dessa convivência.
Contudo; (há ser
verdadeiro o que falam os opositores argentinos contra o Cardeal Bergóglio); pesa
sobre o passado do ex- Cardeal Bergóglio, denúncias de que sabia da prisão de
dois seminaristas, que acabaram desaparecidos, e que nada fez em pró dos seus
colaboradores, vítimas da Ditadura.
Apesar da surpresa
inicial do novo Papa não ser um europeu, 1300 anos depois, o Conclave ao
escolher por 90 votos a favor, mais do que os 70 necessários, um Papa
latino-americano, nada mais fez que reconhecer e sanar o “abandono” de todo um Continente
predominantemente católico.
Porém, a escolha de
um Cardeal argentino; filho de pai italiano e mãe argentina; se por um lado,
colocou um “italiano” latino-americano no comando do Vaticano, por outro lado, fez
vistas grossas às denúncias que pesam sobre o passado do sucessor de Pedro,
atual Vigário de Deus na Terra.
Claro que com o
tempo tudo será “esquecido”, mas a Igreja de Roma terá de conviver com um Papa
com um passado, pessoalmente, sombrio.
Por fim, o ex- Cardeal Bergóglio agora é o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana; o Vigário de Deus na Terra, queiram ou não seus opositores argentinos.
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Por fim, o ex- Cardeal Bergóglio agora é o Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana; o Vigário de Deus na Terra, queiram ou não seus opositores argentinos.
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