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DILMA PRESIDENTA, UMA CATARSE PARALELA.
01/11/10
O Presidente Lula foi a catarse do brasileiro pobre e analfabeto, que com o devido esforço, com a devida persistência e aprimoramento cultural específico, além de uma boa dose de carisma, pode conseguir muita coisa na vida, até ser Presidente.
Já a recém eleita Presidenta Dilma Rousseff, logo de início já é uma significativa catarse para o universo feminino “apolítico” brasileiro, a de que a mulher brasileira também pode ser Presidenta de um país com as dimensões do Brasil, como bem lembrou o Jornal “El Colombiano”: “Dilma ganó el poder de um coloso: Brasil”.
Porém, no caso da Presidenta Dilma, tem também uma catarse “paralela”, mas com uma densidade e um matiz específico: A Presidenta Dilma foi uma ativista política clandestina de esquerda; não uma “guerrilheira” como o termo é usado, coisa que na América Latina tem mais a ver com áreas rurais ou florestais.
Assim, temos uma militante política de organizações clandestinas de esquerda, que lutou contra a Ditadura Militar, que foi presa e torturada, hoje Presidenta do país, como a catarse de milhares de familiares que ainda choram a A lembrança dos entes queridos, assassinados pelos agentes da repressão da Ditadura e que até hoje, não conseguem sequer encontrar os corpos dos seus mortos, proibidos de sepultarem com o mínimo de dignidade, a quem tanto amavam.
A eleição vitoriosa da Primeira mulher para o cargo máximo da nação, com o passado de luta política clandestina, empresta uma Dignidade toda especial às famílias das vítimas da Ditadura, dos torturados, desaparecidos e mortos.
Para um país que até hoje não teve sequer um julgamento de qualquer dos inúmeros nomes que praticaram toda sorte de abusos e crimes em nome do regime ditatorial militar; protegidos por uma oportuna “Anistia Geral Ampla e Irrestrita”; Dilma Rousseff como legítima Presidenta eleita, ainda que com (o apoio fundamental do Presidente Lula), acaba por ser também um analgésico psicológico mínimo, aos milhares de parentes das vítimas dos anos da Ditadura.
À parte dos seus outros atributos adquiridos ao longo dos anos como integrante da política no Sul do país, Dilma Rousseff pelos próximos 4 anos, já possue antes mesmo de assumir o cargo, essas duas referências de alto peso político a contrabalançar a falta do carisma do Estadista que ela vai suceder.
Se para o bem ou para o mal, só o futuro vai dizer.
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