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SOB O IMPÉRIO DO MEDO
Foi-se o tempo em que quando criança, vez ou outra, ouvia o apito do pançudo guarda noturno, com seu porrete na cintura, passando de bicicleta em sua ronda por vários quarteirões.
Foi-se o tempo, em que eu levantava demanhazinha para ir pegar o litro de leite e as duas bengalas de pão deixados na calçada, frente ao portão de casa.
Foi-se o tempo....
Hoje vivemos sob o império do medo.
Nos fazem temer tudo e todos.
Da compra de alimentos aos placebos que enganam os enfermos.
Temer o dia de ir ao Banco buscar a mirrada aposentadoria.
Da camada de ozônio ao mísero cigarro que acendemos.
A publicidade do consumo desvairado há muito, ultrapassou os limites do absurdo.
Todos querem tudo e tudo não há pra todos.
E o “comércio da proteção”, que antes só conhecíamos como enredo de filmes sobre a máfia da Chicago de 1930, hoje prolifera e progride nas sofisticadas estandes das indústrias eletrônicas dedicadas ao lucrativo e em expansão ramo da “Segurança”.
Países fazem testes com mísseis como a dizer: “Nós temos!”
Nós gastamos bilhões em aeronaves e submarinos em acirradas licitações.
É o império do medo.
E das quatro estações do ano, passamos a temer também a Primavera!
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