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sábado, 4 de junho de 2011

ME DERAM UM DIPLOMA, MAS NÃO O EMPREGO

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Uma universitária espanhola nos protestos da "Praça Puerta del Sol" em Barcelona.



ME DERAM UM DIPLOMA, MAS NÃO O EMPREGO.
31/05/11

Quero aqui colocar uma situação quanto aos protestos das juventudes do norte da África e européias, particularmente de países em dificuldade econômica como a Tunísia, Egito, Grécia, Portugal e Espanha, bem como ecos por outros países.

Primeiro, reconheço as justas reivindicações dos jovens desses países. Segundo, endosso suas denúncias contra seus governos, os quais via de regra, pecam na mesma medida. Nem vou ficar repetindo os argumentos e justificativas, exaustivamente expostos na mídia mundial.

No entanto, a parte uma ala esclarecida de jovens e adultos, não é de duvidar que muitos dos jovens, de ambos os sexos, que estão nas praças e nas ruas, gritando e esbanjando a energia de adolescentes, mal sabem o nível do que estão exigindo e muito menos de como podem ser realizadas as exigências que tanto alardeiam. Estão no embalo.

A maioria esmagadora, reclama de ter conseguido o diploma universitário, mas não conseguem arrumar um bom emprego. Ora, este modesto autor dessas linhas, habitante de um país latino-americano, lembra o famoso narrador de futebol “Osmar Santos”, que devido a um incidente encontra-se proibido de continuar sua profissão. Dizia o grande Osmar tanto na tv como nas rádios, quando um jogador dava uma bola fora ou errava um chute aparentemente fácil: “ Que isso meu garotinho? A vida ta tão competitiva e você me dá uma dessas”? A vida hoje, está mais competitiva do que jamais esteve no passado.
A universalização do estudo, de forma geral, coloca todos os anos no mercado de trabalho, imensas legiões de universitários. Extratos sociais que antigamente nem existiam, hoje os pais lutam desesperadamente para colocar os filhos(as) numa Universidade. Ainda que a maioria não consiga, uma boa parte logra a grande vitória para a família. São centenas de milhões mundo afora.
Agora, a óbvia pergunta: Cadê o bom emprego para tantos universitários com diplomas. E não estou aqui nem levando em conta o “nível” da Faculdade que deu o diploma ao jovem todo orgulhoso. Todos nós sabemos que aqui mesmo no Brasil, existem “Faculdades” que são verdadeiras Empresas comerciais, cujo o aluno, consciente ou não, são meras vítimas de um verdadeiro estelionato cultural. As grandes empresas sabem disso e quais são essas faculdades, e não é de estranhar que desprezem currículos com diplomas obtidos nesses estabelecimentos de “ensino superior”.

Além disso, ainda tem a personalidade do aluno, do jovem que não quer abrir mão das baladas, do futebol, das menininhas, da cerveja no barzinho perto da “Facu”., e por aí afora. E a vida cada vez mais competitiva. Quando chega a prova ou o exame, vão todos apreensivos, e não é pra menos.
Tem Faculdade com nome a zelar, que não perdoa o histórico negligente do aluno.
Outra, quer manter a Empresa com seus altos lucros e diz ao jovem e a sua família, que pagaram a faculdade durante os 4 anos, que ele passou e conseguiu seu Diploma.
E assim o orgulhoso jovem vai ser mais um a engrossar a imensa legião de jovens com diplomas universitários; milhões em todo o mundo, todos os anos; num mundo cada vez mais competitivo.
Moral: Uma jovem espanhola, emigrante em Londres, participava de um pequeno protesto frente a embaixada do seu país em solidariedade aos acampados na praça “Puerta Del Sol” em Barcelona, e tinha um cartaz preso as costas com os seguintes dizeres: “TENHO DIPLOMA UNIVERSITÁRIO E LAVO PRATOS”.
Perguntava uma jovem espanhola na praça lotada de jovens protestando contra o governo de Zapatero: “Nos iludem com a necessidade de diplomas, para nos tornarmos diplomados desempregados”?
Um jovem tunisino nas ruas de Tunes, a exemplo de milhões por todo o mundo, explicava ao repórter: “ Faz 4 anos que consegui o diploma universitário e não tenho um emprego decente”.
Aqui em “Terras Brasilis”, São Paulo - Capital, há anos atrás (!), foi descoberto um ascensorista num prédio de escritórios no centro da cidade, que possuía há dois anos, o diploma de advogado. O cara tinha uma mulher e uma filha de um ano. Ele escondia de todos que tinha um diploma de universidade.
E pra não falar de taxistas com seus carros próprios, que até esqueceram que tem diploma de universidade.
E são muitos os que até conseguiram estágios, mas de tão mal remunerados, procuraram outra forma de subsistência com uma rentabilidade mais razoável do que conseguiam com seus diplomas.

A democracia capitalista e todas as outras formas de governo, terão de se preocuparem, de fato, com o nível de desemprego crescente no mundo.

Só para ter-se uma idéia do grave problema do desemprego no mundo, nos EUA, a Meca do Capitalismo, Tido como o país mais desenvolvido no mundo, o nível de desempregados chega a 14 milhões. Estão falando de (desempregados), que para efeito de pesquisas sociológicas, trata-se do cidadão que (perdeu) o emprego que tinha com Carteira assinada. E ainda que a crise estourada em 2009 tenha contribuído bastante, Detroit, outrora famosa por seu parque de fábricas de automóveis, já era uma cidade “fantasma” muito antes. E não estão computando nos 14 milhões, os sub-empregados nem a legião que ainda não conseguiu nenhum emprego e que vive a custa da família, até porque não há como dimensionar com razoável “precisão” o contingente nessas circunstâncias.

Os gabinetes afins da ONU, já estimaram em cerca de 2BI o número de pobres no mundo. Ou seja, de pessoas que, provavelmente, não puderam ou não podem ter um ensino digno, um imenso contingente humano que nem ao menos possuem a chance de tentar a sorte no mercado oficial de trabalho.

Enfim, acho que o jovem dos grandes centros urbanos acima de 16 anos, que não tiver um papai com bastante “bala-n’agulha”, deve ver bem o que está fazendo de sua adolescência e procurar dar menos importância as “baladas” e se dedicar mais aos estudos, procurar ver o que deseja fazer no seu futuro próximo e como vai garantir sua existência com o mínimo de dignidade.
A Faculdade é importante, mas não é tudo. Um diploma universitário não abre mais todas as portas. Muitos estão abandonados em gavetas de pouco uso.

Por outro lado, a criatividade continua mandando como sempre. São inúmeros os exemplos de Faculdades abandonadas em pró de um objetivo prazeroso e bem remunerado, desde que a dedicação objetiva não se perca pelo caminho.
O desbravamento de caminhos pouco usados quase sempre dá bom resultado e, quando feito com prazer o árduo trabalho no abrir o atalho.
Um bom exemplo é o ramo da veterinária há umas décadas atrás. Nenhum universitário pensava em preencher as inúmeras vagas abertas. Perseguiam a Advocacia, Medicina, Administração de Empresas, Economia e só. Até descobrirem o quanto era importante um bom veterinário em uma fazenda com 5mil cabeças de boi.
Atualmente, temos proprietários de “Pet Shop”, principalmente os dos bairros com bom poder aquisitivo, que dão risada das intenções de adolescentes em quererem ser bons executivos ou gerentes de empresas. Ganham bem e sem 10% da pressão psicológica que sofrem os executivos.

Enfim, essas considerações feita do alto de 62 anos de existência, visam apenas alertar o visitante deste espaço digital, que ainda está na adolescência ou saindo dela, que o Diploma Universitário, ainda que enriqueça o currículo, muitas vezes não é a chave de uma vida de razoável sucesso.

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