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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

APÓS AS ENCHENTES....








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Após a terrível tragédia das enchentes e dos deslizamentos de terra na região serrana da cidade do Rio de Janeiro, deixando bairros embaixo da terra;
Após a contagem dos mortos, que até agora chegam a mais de 650 corpos encontrados sob escombros e inúmeros feridos e cerca de 3.000 sobreviventes que perderam tudo;
Após, os exemplos de anos anteriores; só no ano passado morreram 256 pessoas por enchentes só no Rio, vítimas das mesmas chuvas de verão de todo ano;
Após, todo o show de cenas de sofrimento de mulheres e homens em desespero pela perda de parentes, alguns chorando a perda de toda a família, cenas contundentes mostradas durante 24horas na Televisão.

Vem agora depois do leite derramado, certas vozes da sociedade brasileira, com trânsito na mídia, com seus currículos e títulos, frente a câmeras e microfones, discorrerem sobre as razões históricas do descaso das autoridades, do brutal sistema de exclusão pelo comércio imobiliário através de décadas atrás para com a população humilde, que tem sido empurrada para as áreas sem valor, encostas de morros e beiras de rio, para não falar das favelas nos morros cariocas, cantados com tanta poesia e samba.
As obviedades de tais pronunciamentos com oratórias cultivadas foram reduzidas pela atual Presidenta Dilma Roussef, a uma frase: “A ocupação por moradias em áreas de risco no Brasil, não é exceção é a regra”.

Apesar de sua população estar em 191Milhões, o Brasil possui uma extensão territorial com nível continental; é difícil de admitirmos o inchamento dos bairros populares, das áreas mais humildes, por moradias impróprias, sem acusarmos a concentração de renda e terra no país, e, governos com pouco interesse pela base piramidal da sociedade.
Porém, tudo tem uma explicação e sociólogos, historiadores, técnicos em políticas urbanas; essa fauna de entendidos, habitantes de bons bairros, com boas casas; todos são capazes de discorrer por horas a respeito da falta de planejamento urbano, do trânsito caótico, etc.
Mas as favelas estão se inchando. Em cômodos que mal cabe uma cama de casal, habitam pai, mãe e filhos. Casas são levantadas com sacrifícios estóicos, mas, sem maiores preocupações em perigosas encostas de morros, desafiando topografias, até a próxima chuva de verão.

E a culpa como sempre acontece, é fragmentada através da corrupção, da politicalha, da falta de planejamento, da falta de verba, da burocracia, e por fim da falta de cuidados da própria população atingida. Existe a culpa, mas ninguém sabe quem são os culpados.

As chuvas deste ano, como sempre, ano mais ano menos, cobraram antecipadamente caro o mundialmente famoso verão carioca.

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