Visitantes Bem-Vindos na semana:

domingo, 24 de janeiro de 2010

"TUTSIS" E O PERDÃO DA "GACACA"

-------------------------------------------


OS TUTSIS E O PERDÃO

Prestes a ser vencida a primeira década do século XXI, pensava já ter visto ou sabido, (inda que de forma genérica), de tudo quanto às manifestações antropológicas dos povos que habitam o nosso mundo, desde as mais bizarras às mais criminosas e hediondas. Manifestações sociais das mais esdrúxulas, já foram mostradas em filmes e documentários. Assim pensava eu. Mas eis que, (com certo atraso, reconheço), descobri que em “Ruanda” na África, estão fazendo o “rio correr morro acima”. Senão vejamos:

Quero aqui registrar de como assisti estarrecido, um documentário sobre os “tutsis” de Ruanda e de como foram levados a acreditar que (deviam perdoar os “hutus”(!!), maioria étnica do país que assassinaram 800.000 “tutsis” em 100 dias em 1994, num genocídio bárbaro que não poupou nem as crianças.
Assisti o documentário ontem à noite na TV Futura. Demorei um pouco para acreditar no que estava falando uma bonita mãe “tutsi”, sobrevivente do genocídio:
“----Falaram que devemos perdoar eles, que eles estavam profundamente arrependidos, que confessaram tudo para a comissão da aldeia...”, disse ela com uma cara de conformada. Essa “comissão de aldeia”, é uma restauração de uma antiga tradição de tribunal penal chamada “Gacaca”!

A “tutsi” entrevistada tinha perdido toda sua família assassinada a catanadas e o documentário a focaliza cumprimentando um “hutu” que é seu visinho e que;-(como ficou provado pelas autoridades e como ele mesmo confessou perante ao conselho de vítimas da aldeia,- (A “Gacaca”)-; também colaborou no assassinato da sua família! Foi duro ver a cena na TV no conforto do meu sofá aqui no Brasil!
Imagino como aquela mulher se sente, obrigada a ver e cumprimentar todos os dias, um dos assassinos da sua família! Ela que foi uma das centenas de milhares de prisioneira dos “hutus”, e violentada sexualmente várias vezes durante o tempo em que ficou cativa.

Já no final do documentário, que assisti só a metade final, é mostrada uma mulher representante da jurisprudência ruandesa, que justifica da seguinte maneira o sistema de confissão e o perdão dado pelos vários conselhos instalados nas regiões onde foram praticados os bárbaros assassinatos:

“Temos mais de 100.000 presos acusados de participação nos crimes, se formos levar cada um a julgamento, vai durar dezenas, talvez centenas de anos para terminar todos os processos.”
Não podemos ter uma nação de culpados e de vítimas. A sobrevivência de Ruanda depende desse pacto de perdão e de paz e união entre todo o povo.”

Até agora, não consigo definir racionalmente meu pensamento quanto a esse “perdão” imposto aos “tutsis”. Desconheço o “modus-vivendi” dos dois povos, salvo algumas linhas catadas na internet.
Mas a perda da família assassinada, para qualquer pessoa de qualquer país, cor ou credo, deve ser um sofrimento terrível igual para todos. Um trauma que acompanha a vítima para sempre.
Como exigir de uma mulher que ela perdoe os assassinos de toda a sua família, só por estarem confessando seus crimes, por se sentirem arrependidos, diante dela e de um “tribunal” de um conselho de uma aldeia??

E depois, nivelaram toda a etnia “hutus”, pelos cem mil que estavam presos, dos quais mais de 50.000 já foram libertados.
E a se dar crédito a alguns blogs e sites afins, parece que a tal “justiça Cagaga”, não está tendo os resultados esperados de harmonia e perdão, e nem poderia ser de outra forma. Porém, a maioria dos criminosos já está solta.


E quem diria: Pastor evangélico da “Igreja Universal” e seu filho tiveram forte participação no genocídio dos “tsutis”. (??!!).

Como teria reagido CRISTO, se os romanos tivessem matado 4/5 dos judeus inclusive sua Mãe???

http://www.adventistas.ws/Ntakirutimana.htm

http://www.adventistas.com/abril2004/ruanda_dsa.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_de_Ruanda
http://pt.wikipedia.org/wiki/Genoc%C3%ADdio_em_Ruanda

Vídeos sobre o genocídio em Ruanda:
http://www.youtube.com/watch?v=wsXP6JewBM4
Outros vídeos são em inglês e sem tradução.

DA ORIGEM DO “GACACA”:
Tradição do “Gacaca”
Originalmente, o Gacaca assente aldeia ou disputas familiares. Os tribunais foram os meios informais de resolução de litígios em torno de questões como o roubo, problemas matrimoniais, direitos à terra, e danos materiais. [1] Eles foram constituídos como assembléias de aldeia, presidida pelos antigos, onde cada membro da comunidade pode pedir para falar. Os ensaios foram feitos para promover a reconciliação e justiça do autor na frente da família e vizinhos. [2]
Bem-velhos respeitados, conhecido como Inyangamugayo, foram eleitos com base em sua honestidade pelas pessoas da comunidade. O nome provém de Gacaca língua nacional do Ruanda,Kinyarwanda, Onde, aproximadamente traduzido em Inglês significa curto, cortar grama ou limpar "umucaca". É simbólico para um local de encontro para os idosos para sentar e ao juiz de instrução.[5][3] Inyangamugayo reuniriam todas as partes de um crime e mediar uma resolução que envolvam reparações ou algum ato de contrição. O tribunal Gacaca é, portanto, um sistema de grassroots entidades jurídicas inspirado por estruturas de poder da tradição.
Em relação ao genocídio, o processo Gacaca fornece uma base para a liquidação, o sistema enfatiza a importância do acordo, condena o culpado, e promove a colaboração entre as pessoas que deliberam, bem como entre os espectadores.[6][4]Mantendo a tradição, os moradores elegem nove representantes de cada órgão Gacaca a ser os juízes conhecidos como "pessoas de integridade".

DO TRIBUNAL “GACACA”
O Gacaca Tribunal de Justiça é parte de um sistema de comunidade justiça inspirado pela tradição e com sede em 2001 em Ruanda, Na esteira do 1994 Genocídio de Ruanda, Quando entre 800.000 e 1.000.000 de ruandeses, em sua maioria Tutsi, Foram abatidos. Depois do genocídio, o novo Frente Patriótica do Ruanda's do governo esforçou-se com o desenvolvimento de apenas um meio para o humano detenção e repressão dos mais de 100.000 pessoas acusadas de genocídio, crimes de guerra, E afins crimes contra a humanidade. Por 2000, Aproximadamente 120.000 genocidas alegados foram amontoados em prisões de Ruanda e presídios comunais (Reyntjens & Vandeginste 2005, 110). De dezembro 1996 de dezembro 2006, Os tribunais conseguiram experimentar cerca de 10.000 suspeitos (Human Rights Watch de 2004, 18): a essa taxa, seriam necessários mais 110 anos para julgar todos os prisioneiros.
Para acelerar as coisas, alguns presos foram liberados: Em duas rodadas, em 2004 e 2005, Cerca de 50.000 prisioneiros foram libertados. Em janeiro de 2007, outros 8.000 prisioneiros foram programadas para a liberação.
No entanto, os tribunais necessário um meio mais rápido de entrega de justiça. Em resposta, Ruanda implementou o Gacaca Tribunal de Justiça sistema, que tem evoluído a partir culturais tradicionais procedimentos de aplicação do direito comum. Os tribunais Gacaca são um método de justiça transicional, Destinadas a promover a cura e sairmos da crise.[1]. Ruanda tem especialmente focada em processos criminais nos tribunais Gacaca, colocando justiça parcialmente nas mãos das vítimas. No entanto, o sistema tem sido objecto de críticas por parte de uma série de fontes, incluindo a Sobreviventes Fundo, Que representa sobreviventes do genocídio, devido ao perigo que representa para os sobreviventes. Houve uma série de relatórios sobre os sobreviventes sendo alvo de depor nos tribunais.[2]
-----------------------------------------------

Nenhum comentário: