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sábado, 19 de novembro de 2011

CRISE ECONÔMICA - INTERPRETAÇÃO BÁSICA



(COmo as Empresas de "avaliação de confiabilidade economica", "Rating", classificam um país).




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CRISE ECONÔMICA – INTERPRETAÇÃO BÁSICA
14/11/11

Quero aqui alertar que o texto a seguir é fruto de muita leitura em jornais e na Internet, logo, é apenas uma tentativa de colocar em ordem minha visão sobre a crise econômica surgida nos Estados Unidos e os ecos pela Europa, bem como sobre as incríveis e sucessivas denúncias de corrupção em nosso país.


Do Erário – (O certo é usar a palavra toda em minúsculas, mas prefiro aqui neste texto a grafia com o E maiúsculo a fim de ressaltar a importância da palavra no assunto).

(Erário: (do latim ærarium, por sua vez de aes "bronze"), ou seja, "reserva de moedas", é um termo que indica genericamente as finanças do Estado e de esferas subestatais (governos subnacionais e municípios.
Os recursos que constituem o erário são provenientes em sua maioria dos impostos recolhidos da população. É toda e qualquer contribuição do cidadão para o Estado e, também, dinheiro arrecadado pela União.) (Wikipédia)

Um dos processos que leva um país a entrar em crise econômica:

O país arrecada impostos e com eles forma o “Erário” com que irá tocar o Estado; pagamento do funcionalismo público; dívidas contraídas pela União para fazer obras de interesse coletivo, casas populares, agencias de saúde, hospitais públicos, etc; custeio das Forças Armadas; custeio do setor político como salários de vereadores, prefeitos, governadores, deputados, senadores, ministros, etc.

Quanto maior o país em termos de população e maior o seu grau de desenvolvimento, maior o Erário, e mais complexo se torna a imensa teia de rotas por onde o dinheiro dos impostos dos contribuintes, vai sendo distribuído. Claro que sempre tem caminhos por onde parte do Erário é destinado a objetivos aéticos, via de regra indo parar em contas bancárias de corruptos ou de fraudadores de licitações do Estado ou de algum órgão governamental.

O Erário é uma imensa fortuna, o total do que é arrecadado todos os dias num ano, através dos impostos de consumo e taxas que o cidadão tem de pagar ao Estado. No Brasil, por exemplo, deve atingir a R$1.5Trilhão no final deste ano. Uma mina de ouro inesgotável, mas que necessita de grande controle e critérios éticos que sejam devidamente respeitados. O Erário, por ser composto dos esforços de toda a nação, devia ser gerido acima de tudo, com respeito, por parte de quem o manipula ou a ele tem acesso. Via de regra não é o que acontece.

Inúmeros são os caminhos existentes na grande teia do Estado de forma que, fica fácil conseguir as mais variadas formas, algumas grotescas mesmo, afim de se desviar os caminhos éticos da imensa fortuna conseguida a custa dos esforços de todos os cidadãos.

Violação do Erário no Brasil e as “familiocracias” no Estado:

Não raro, vemos um Deputado subir a Tribuna da Câmara Federal e ser cumprimentado pelo presidente que louva a presença do “nobre” colega que tanto vem honrando o pai que por tantos anos aqui esteve, etc etc, atualmente no senado ou em algum ministério. São as “familiocracias” no Governo.

O escandaloso exemplo de violação ao Erário no Brasil é sintomático, face aos absurdos números de escândalos de corrupção. Políticos se exaltam contra o que chamam de “onda de denuncismo”, mas o fato é que documentos são publicados na Imprensa, vídeos de conversas sinistras, e “grampos” telefônicos feitos pela Polícia Federal são mostrados na TV, a mostrar um país que parece estar entregue a “familiocracias” saqueadoras do erário. Tivemos cenas degradantes de políticos passando pacotes de dinheiro um para o outro, como mafiosos num esconderijo, mas era no gabinete de um político no Planalto.

Do funcionário de escalões menores até os grandes cargos no Governo, os escândalos se sucedem. Aliás, oportunistas no plantão midiático já generalizam a corrupção no país: “Tá no DNA do brasileiro”. Como se qualquer brasileiro decente, tendo oportunidade, não exitasse em desviar a verba da (merenda escolar) de uma pobre escolinha para seu saldo bancário, como fez um Prefeito de um pequeno e humilde município no interior do país. O cara simplesmente roubava a grana da merenda de crianças humildes, que iam com fome para a Escola!

Os maiores escândalos de corrupção no país são os de super-faturamento em licitações; muitas delas, fraudadas. O acúmulo de impostos no país é grande, a ponto de chamarem de “impostos em cascata”. Quando um empresário “esperto”, ao vender seu produto ou serviço para o Governo, triplica ou até quintuplica o preço em relação ao mercado, ele não só se acha no direito do abuso, como vê na condição de fornecedor do Estado, a chance de resgatar o que muito lhe é tirado na cascata de impostos. E depois, ainda argumenta: “Tive de pagar 20% para o político tal”.

Ora, como o país tem sangrado por décadas através da corrupção e desvios de verbas pelas artimanhas oligárquicas, tem sido poucas as contrapartidas em benefício da população, em especial a parte mais humilde, face ao descalabro da corrupção, ainda que a cifra na arrecadação de impostos só aumente. E assim, o Erário vira “terra de ninguém” onde o saque fica “justificado”, e no meio dos filamentos da imensa teia das instituições do Estado, aquele que de alguma forma tem acesso a alguma verba do Governo, se acha no direito de “arrumar sua vida”. Afinal, “é dinheiro do Estado”, pensa o “esperto” e que se ele não fizer outro o fará. E assim o país fica refém do perverso círculo vicioso.

PORQUE DA DÍVIDA DO ESTADO?
10/11/11
Primeiro devemos ter a consciência de que o Governo de um país, não tem dinheiro. O Estado não tem dinheiro, não pode fazer dinheiro; salvo raras exceções. De forma que todo o dinheiro conseguido pelo Estado, vem da contribuição dos impostos pagos por sua população, ou de empréstimos conseguidos nos meios financeiros, via venda de “Títulos do Tesouro” nacional, que mais tarde serão resgatados com juros. Quanto melhor a condição financeira de um país, menor a taxa de juros que terá de pagar no resgate dos seus “Títulos”. O contrário é óbvio, quanto pior a saúde financeira de um país, maior a taxa de juros que terá de aceitar pelos empréstimos.

Acontece que um país, por inúmeras razões, acaba gastando mais do que arrecada de impostos, o que o leva a não poder honrar seus compromissos financeiros, a ter de refinanciar seus “Títulos” e sendo obrigado a vender mais Títulos. Por vezes, o país ao entrar numa espiral de dívidas e não consegue mais pagar as dívidas prestes a vencer, que se sucedem rapidamente. Quando isso acontece, temos um país em uma grave Crise Econômica.

Há quem fale que a Grécia começou a entrar na insolvência depois das “Olimpíadas de Atenas” em 2004, quando teria gasto muito além de sua capacidade de endividamento, mais os vultosos gastos nas “Eleições de 2009”. Não são poucos os que acusam os fantásticos gastos dos Estados Unidos com suas guerras, de terem gerado a atual crise financeira interna com expressivos ecos na Europa.
Dizem que os EEUU vão levar alguns anos pra se refazerem da falência de mais de 100 Bancos, milhares de pessoas que perderam suas casas; e chegaram mesmo recentemente, a fazer as prensas do Estado rodarem U$600BILHÔES, a fim de abastecer o país com papel moeda. Houve vozes que questionaram a capacidade legal do país em fazer e colocar tal quantidade de dinheiro no mercado. Houve quem retrucou com ironia: “Lastro? Falem com o Pentágono”. (rsss)

Acontece que a “saúde” financeira de um país é medida por inúmeros critérios, muitos deles subjetivos. Desde que o “lastro” para a emissão do papel moeda deixou de ser apenas o ouro, um país agora pode emitir dinheiro baseado na sua capacidade de produção e de desenvolvimento interno.

Apesar da sua dívida astronômica, os EEUU, (país que gira na sua economia U$1Trilhão/Mês), conseguem vender seus “Títulos” com baixíssimas taxas de juros. Enquanto que a Grécia, Portugal, Itália, entre outros, atualmente, têm de pagar juros elevados para conseguir vender seus “Títulos”.
Prá não falarmos do nosso Brasil, que com sua “eterna” dependência de capital externo, paga atualmente uma das mais altas taxas de juros no mundo; (o que precisaria de um livro escrito por um dedicado economista, imparcial, para explicar, (além do saque ao Erário), o porquê do nosso país, com as dimensões continentais e riqueza natural que possui, com o consumo gerador de impostos de 190milhões de habitantes, tem de pagar tão elevadas taxas de juros)?

Porém, no caso de países pequenos, com reduzidos meios de produção como atualmente Grécia, Portugal e Espanha, ou de países subdesenvolvidos como muitos do continente africano, fica mais difícil honrar compromisso financeiros caso não tenham um bom gerenciamento da economia.
Esses países acabam por pedir empréstimos a Bancos no exterior ou a colocarem “Títulos do Tesouro” nacional no mercado financeiro, mas são obrigados a aceitarem altas taxas de juros, em relação às pagas por países fortemente desenvolvidos ou com “saúde” financeira razoável.

RADIOGAFIA BÁSICA DE UM PAÍS EM CRISE ECONÔMICA:

Como sempre a vida ensina, o mais fraco paga o pato. Não vai ser diferente em alguns países europeus frente à crise que atravessam. Redução drástica nos baixos escalões do funcionalismo aumentando o desemprego; empresas fechando ou “otimizando” sua folha de funcionários, mais desemprego; poupanças internas forçadas, (há que se fazer caixa para pagar a usura financeira internacional); o interrompimento de serviços e direitos de cidadania, e por aí afora..

Não é difícil se imaginar o nível de desespero de um chefe de família ao saber que seu modesto cargo de funcionário público, exercido mesmo com toda honestidade por anos, foi para o espaço, e agora, está sem saber o que fazer da sua vida e das contas a pagar. Instala-se o “pânico” nas famílias.

O que falar de universitários de posse a três ou quatro anos do tão almejado e custoso diploma, que não conseguem o bom emprego, de acordo com as expectativas que tanto lhe venderam durante os anos de estudo?
Foi essa uma das primeiras reivindicações da “Primavera Árabe”, pós morte do mártir “Bouazizi” 17/12/2010, um estudante tunisiano que se imolou em fogo frente a Prefeitura de sua cidade, após ter levado um tapa de uma mulher funcionária do departamento de fiscalização, por ele não ter o dinheiro da “taxa” que ele pagava habitualmente para vender hortaliças num carrinho de mão.

“Mohammed Boazizi” , 26 anos, morreu, mas sua morte fez cair dois “presidentes”, Tunísia e Egito, e fez nascer uma onda de protestos por todo o norte da África se estendendo até a Síria; onde “Bashar al-Assad” a mais de 40 anos no poder está prestes a renunciar, na marra.

O auto-sacrifício de “Bouazizi” foi a “gota” a mais, que, (com o apoio da rapidez digital), fez transbordar a indignação de populações sob o jugo de regimes que usam a religião para submeter povos em condições de vida degradante, que cansaram dos regimes que suportam e nem os milhares de mortos nas ruas da Síria estão conseguindo fazer a população voltar para suas casas.

CRISE ECONÔMICA E OS EMIGRANTES

Um país em forte crise econômica vira um palco de sofrimento, de desalento, de desilusões, de pessimismo e por fim, de revoltas. A ira viceja e com ela os preconceitos, a inveja, a indignação. As primeiras vítimas são os emigrantes, acusados do roubo de “empregos”, que antes da crise ninguém queria. É só ver os comentários em sites europeus nas matérias que tratam da crise, das medidas de austeridade impostas pelos governos e as medidas tomadas contra emigrantes.

A França recentemente, simplesmente colocou 1500 Ciganos num avião, com passagem só de ida, desejando a todos “boa sorte”. Houve alguns protestos de pouca repercussão, a maioria do povo, se não apoiou a decisão de “Sarcozy”, ficaram calados. Mas, não foram poucos os comentários a falarem mal da Comunidade Cigana; que não gostam de trabalhar, que vivem a custa de ajuda do governo, que não pagam impostos e nem obedecem às leis do país, que mechem com o tráfico de drogas, etc. Acusações exacerbadas ou não, o fato é que são gritadas quando o país está em grave crise econômica.

Em Portugal, agora que explodiu a cifra das dívidas portuguesas na Comunidade do Euro, são inúmeras as reclamações nos sites do “Público.pt” e outros, sobre os emigrantes no país, 10% da população. Falam de ciganos que andam em carros de luxo, mas que não trabalham e ainda possuem casas subvencionadas pelo governo; de angolanos que vadiam recebendo pensões do Estado português; de brasileiros que pra lá vão como mão de obra barata, etc.

PODEROS DO EURO EM DIFICULDADES

A Itália, “descobre” que tem uma dívida de €2Trilhões e já fez um pacote de medidas austeras; (que cairão pesadas, como sempre, em cima da população mais humilde); afim de sanear a economia. Aqui faço uma pergunta: Dinheiro não evapora, onde foram parar €2Trilhões?? O presidente “Obama” disse ontem 16/11/11 que: “ €100Bilhões deixaram a Europa nos últimos dias”. A notícia no rádio não disse para onde foram? Notícia com vistas a preocupar o euro?

A economia da França também não anda lá bem das pernas e um pacote de medidas para melhorar a situação também já foi aplicado.

Vale lembrar que a Itália, França, Inglaterra – (que também encontra-se em sérias dificuldades, mas que ainda está escondendo do povo) – bem como os EEUU, são países que tem o ‘Triplo AAA”, que no mundo financeiro significa países fortemente desenvolvidos, com boa situação econômica e que portanto, quando precisam vender “Títulos do Tesouro” nacional, o fazem a juros baixíssimos – 1% a 2%/Ano. A Itália está tendo de vender seus “Títulos” com resgate a 6%/Ano, o que para o país é altamente perigoso, em face da renegociação de sua dívida.
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(GRAU DE INVESTIMENTO

A nota de países é preparada a partir da iniciativa do emissor ou da empresa de "rating". As empresas de classificação de risco alegam que, mesmo sob encomenda, o "rating" é uma avaliação independente, porque também há preocupação com a credibilidade da própria agência.

O chamado "rating" global de um país, por exemplo, é sempre a avaliação que uma determinada agência tem sobre o risco dessa nação não pagar os títulos, de longo prazo, que lançou no mercado internacional.

Esses países também são encaixados em categorias. Se a agência considera um país como "bom pagador", ele é classificado na categoria "grau de investimento". Se é visto apenas como um pagador de risco razoável, fica na categoria "grau especulativo", que também inclui nações que declararam moratória de suas dívidas.
As agências monitoram constantemente os países ou empresas. Dessa forma, quando lançam um "rating", também avisam quais as chances dessa nota ser revisada no curto prazo.

Se o panorama é positivo significa que a nota tem maiores chances de ser melhorada. Se é negativo, as maiores chances são de que haja um "downgrade" (seja revisada para baixo, uma nota pior). Se é estável, há poucas chances de que seja mudada nos dois anos seguintes.



http://www1.folha.uol.com.br/poder/1008084-em-meio-a-crise-mundial-agencia-sp-eleva-nota-de-credito-do-brasil.shtml

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O interessante é que as maiorias “agências” de avaliação econômica são norte-americanas. (rsss)

PRÁ ENCERRAR O PAPO:

De forma geral, todos acusam a origem da crise norte-americana e os ecos europeus como fruto de abusos do sistema financeiro internacional. Cifras imensas que percorrem o planeta na velocidade cibernética a cata de bons juros, algumas a procura de um porto seguro onde possam esconder suas origens ilícitas.
Falam também da tal “Bolha Financeira Imobiliária”, que teria alimentado o sonho da boa casa própria de muitos norte-americanos, mas que depois não tiveram como assumir as prestações das hipotecas; que o norte americano é um gastador compulsivo e não está nem aí, etc.

Uma coisa é certa, dinheiro não some no ar nem se desintegra. Os rombos em muitos Bancos, como o famoso “Lemon Brothers”, deixa a pergunta no ar: Onde foram parar os bilhões que o governo teve de repor? Já foi dito que quando há uma crise econômica que penaliza milhões, uns poucos estão ganhando muito.

De resto, o que estamos assistindo nos meios de comunicação, é que certos países, com a justificativa da crise, estão apertando o cinto da maioria da população; as elites econômicas sempre se viram muito bem com suas contas no exterior, a salvo dos impostos e das explicações sobre a dinheirama.

E assim segue a vida.


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