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Num país como nosso, onde uma cruel concentração de renda continua a manter milhões de seus habitantes excluídos dos direitos fundamentais à pessoa humana, faz com que eu tenha uma visão pró-esquerda na conjuntura política.
Logo, mesmo não sendo filiado a nenhum Partido, não pertencendo às privilegiadas camadas da pirâmide social, me sinto um simpatizante de qualquer sigla que lute pelas vítimas dos vetores elitistas que regem as estruturas do Sistema político brasileiro.
Nas últimas duas Eleições votei nos candidatos do PT e de forma geral, não me arrependo.
Ainda é o maior Partido com proposições políticas ideológicas voltadas para todo o povo brasileiro, com ênfase nas classes populares mais humildes.
Ontem assisti pela Internet; essa maravilha revolucionária nos meios de comunicação; parte do julgamento do ex-ministro e atual Deputado “Antonio Palocci”.
Pegando o “bonde andando”, me deparei com o Juiz “Gilmar Mendes” lendo sua decisão, uma peça literária composta de 48 páginas! O Cara leu durante umas duas horas! O julgamento durou das 14,30 até umas 21,00 horas! Nove juízes, cada um explanando suas conclusões. Por 5 x 4, o Deputado Palocci saiu livre. Sobrou para o ex. presidente da Caixa Econômica Federal, “Jorge Mattoso”, que (violou diretamente) o sigilo bancário do caseiro “Francenildo Costa” a pedido do então Ministro da Fazenda.
Num malabarismo de interpretações e elucubrações jurídicas, ganhou o foco do julgamento na pessoa que cometeu o ato de violação do sigilo bancário, minimizando a importância do interessado na quebra do sigilo.
Resultado: Antonio Palocci saiu livre. Claro que ainda vai responder por outros processos que correm na justiça, mas estes não o impedem de se candidatar a Governo de São Paulo.
Longe de eu querer discutir filosofia jurídica, mas não é de hoje que se sabe que pelos interiores desse nosso grande país, vez ou outra a Lei prende pistoleiros por assassinatos, via de regra vítimas ligadas a sindicatos ou algum desafeto dos seus patrões, ricos fazendeiros os quais nem “convidados” são a comparecer na delegacia.
Ou seja, o culpado é sempre quem cumpre a ordem, jamais de quem ordena.
Voltando ao tema, ao único “condenado”, o Jorge Mattoso, será proposta a “pena” de um compromisso de: “dar palestras bi mestrais sobre o sistema democrático e o processo eleitoral em escolas públicas durante dois anos e doe 50 resmas de papel braile para uma associação de beneficente.”
Quanto ao caseiro, autor das denúncias contra o então Ministro da Fazenda Antonio Palocci; usado como laranja para o circo midiático que foi formado na ocasião, com o qual Jornais e Revistas tiveram em muito suas vendas aumentadas; o pobre e ingênuo Francenildo, segundo matéria da “Folha de S.Paulo” de hoje: “...vive de bicos e reclama da diferença de tratamento dada a ele e a Palocci. Uma indenização que ele cobra da CEF e da “Revista Época” está parada na justiça a mais de dois meses, pronta, à espera de uma sentença.” Segundo uma Diretora da 4°vara da Justiça Federal do DF, vai demorar muito ainda pois tem processos na frente a serem resolvidos.
Lembro que os repórteres conseguiram “arrancar” do caseiro indiscreto, que na casa onde era o porteiro, o então Ministro Palocci participava de reuniões com empresários e políticos em festas que lá havia e onde se fazia partilha de dinheiro.
Não sou louco de colocar a mão no fogo por político algum.
Mas, nunca entendi como um (caseiro) podia saber que o então Ministro da Fazenda fazia parte de partilha de dinheiro, se é que havia, dentro da casa?? Por acaso o chamavam para testemunhar a divisão da grana??
Como pode um caseiro se achar no direito de ser indiscreto para com a avidez de repórteres quanto ao que ocorre dentro da casa que paga o seu salário?
Se o dono da casa resolve fazer um bacanal dentro da sua propriedade, que direito tem o caseiro de ao ser interpelado por repórteres, de contar tudo que acontece ou que julga acontecer??
O caseiro Francenildo foi um Cara corajoso!
Tão corajoso quanto indiscreto e idiota!
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