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terça-feira, 16 de março de 2010

LULA EM ISRAEL

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LULA EM ISRAEL

Está sendo muito comentada uma “suposta” gafe do Presidente Lula em sua visita a Israel, quando optou por incluir na agenda dos compromissos no país, (parece que não constava da agenda), o comparecimento ao túmulo do fundador do “sionismo”, “Theodor Herzl”. Segundo consta, o compromisso não contava da agenda previamente acertada e portanto, não devia ter sido colocado a público, devendo ter sido feito um convite discreto e não numa chantagem que ao fim, acabou não dando certo.
Porém, foi o suficiente para que durante a homenagem no Parlamento israelense a visita ao Presidente brasileiro, (a primeira nos últimos 100anos), o Ministro das Relações Exteriores de Israel, “Avigdor Lieberman” e seus assessores, todos do Partido “Israel Beitenu” (Israel nossa casa), de tendência fortemente sionista, se retirassem do plenário.

Vale lembrar aqui, que foi com a Presidência da ONU sendo exercida pelo (brasileiro) “Graça Aranha”, em 29 de novembro de 1947, que foi decidida a divisão da “Palestina Britânica” em dois estados: Um judeu e outro árabe e que ambos deviam formar uma união econômica e fraterna. Não lembro onde li, que existe uma rua com o nome do “Graça Aranha” na capital de Israel.
Muitos especialista e historiadores reconhecem o grave problema criado na época, ao permitir a criação de um País numa região com dois povos de culturas e religiões diferentes.
Em 14 de maio de 1948, um dia antes do término do mandato britânico sobre a região, “David Bem Gurion” declarou a “Independência do Estado de Israel”.
Desde dessa época que árabes e judeus não se entende. Árabes que não aceitaram a divisão da Palestina e judeus sionistas que, já na época, ambicionavam todo o território.
De lá pra cá, o histórico da convivência entre os judeus e palestinos tem sido pautado por desavenças e atentados de ambos os lados. Situação que só tem ajudado os judeus, mais bem armados, a conquistarem grande parte do território que pertencia aos árabes palestinos.

Ora, o Presidente Lula, chega a Israel como presidente de um país que abriga em paz e concórdia, todos os povos do Oriente Médio.
Como poderia prestar homenagens ao fundador do “Sionismo”, quando este movimento político de forte conotação nacionalista, radical e expansionista, tem sido a origem da expulsão de centenas de milhares de palestinos de suas terras sob forte aparato bélico?? Que já tomaram quase que todo o território palestino? Que chegaram a atacar com brutal força bélica a “Faixa de Gaza”, quando milhares de civis e crianças morreram sob os escombros de suas casas e edifícios, causadas pelas bombas da aviação israelense?? Que atualmente quer tomar todo o território da cidade de “Jerusalém”, onde se encontram mesquitas árabes e lugares considerados santos pela cultura dos palestinos??
Por tudo isso, minha modesta opinião não vê nenhum “insulto” cometido pela agenda brasileira em Israel. O Brasil reconhece o Estado de Israel, com acento na ONU, abriga em suas terras uma pujante comunidade judaica, mas não há porque prestar homenagens a um movimento nacionalista radical, que tanta violência tem praticado contra os árabes da Palestina.

Por outro lado, há que se entender a visita do presidente “Lula” ao túmulo do histórico líder dos palestinos, “Yasser Arafat”. Trata-se do respeito a um líder de um povo que até hoje ainda não conseguiu ter seu território respeitado e nem um Estado com cadeira na ONU.

Entretanto, corretamente, o presidente do Brasil visitou o “Museu do Holocausto”, onde prestou as devidas homenagens as vítimas do nazismo.
E ainda quanto à “suposta” gafe da agenda brasileira, lembrou a assessoria de relações exteriores do Brasil, “Marco Aurélio Garcia”, que considerou o boicote do Ministro israelense “Lieberman” como uma descortesia e lembrou : “Quando da visita do Ministro ao Brasil no ano passado, foi recebido pelo Presidente, uma exceção cordial, porque presidente recebe presidente e seria de praxe que o chanceler tivesse sido recebido pelo nosso chanceler”.

Há que se lembrar que a agenda do presidente ainda inclui visitas a autoridades palestinas e a outros países da região.

Se a interlocução do presidente brasileiro vai ou não contribuir para um melhor restabelecimento das relações pacíficas entre judeus e palestinos, é outra história. Na pior das hipóteses, o Brasil estará sedimentando sua presença pacífica e comercial no Oriente Médio.

16/03/10


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