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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

LÍBIA ATRAVÉS DO MEU COMPUTADOR



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RUA DE TRÍPÓLI





CONJUNTO DE EDIFÍCIOS EM TRÍPOLI

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Último pronunciamento de Kadafi ontem:

Algumas de suas frases catadas na Internet:

“Não renuncio. Morrerei como mártir. Os meios de comunicação distorcem a realidade, trabalham para o diabo. Este é nosso país e país dos nossos avós, não vamos deixar que o destruam.
Os jovens que protestam não são culpados, suas atitudes são normais em face dos acontecimentos dos países vizinhos, porém há entre eles pessoas más, que distribuem dinheiro e drogas aos jovens. Conheceis alguém decente que participa disso? Não há. É gente que se droga e se embebeda...Os libaneses são um povo livre, pois o poder está nas mão do povo....Se amanhã houver uma nova república, uma nova constituição, não terei nada contra. Não sou um presidente, sou um líder da revolução...Os que levantam armas contra o País serão condenados a morte...Nem sequer dei ordens de usar balas contra a população, mas se precisarmos usar a violência nós usaremos...A batalha será rua por rua até que o solo libanês esteja livre...Os que querem me afastar, façam Comitês populares e segurem seus filhos em casa...Os portos e aeroportos estão bloqueados e tudo está paralisado...Não tem combustível, as pessoas estão com medo e os culpados desta situação são os mesmos que destruíram o Iraque, Afeganistão, Somália...São os que entraram agora na Líbia...Não vou permitir que façam da Líbia o que fizeram em Faluja..”.

Kadafi, como todo ditador, (via de regra vindo das hostes militares), que se apodera do país por décadas e mantém o poder a mão de ferro, se acha imprescindível e conta com a transferência do poder ao filho, como se o país fosse uma propriedade adquirida pela família.

Mesmo acompanhando diariamente várias informações, é complicado tecer considerações sobre o que ocorre na Líbia, país considerado um dos mais ricos da região, com uma população de apenas pouco mais de 6milhões de habitantes, que represa um grande contingente de emigrantes africanos para alívio da Europa em especial a próxima Itália, sem ter conhecimento in-loco do módus-vivendi líbio.

Terá razão de ser a revolta popular e as cruéis conseqüências dos acontecimentos em Trípoli, Benghasi e em outras cidades do interior do país, ou tudo não passa de um eco inconseqüente vindo da Tunísia e do Egito a contaminar a juventude libanesa e por extensão o seu povo? Que tipo de “socialismo” fala Kadafi? Porque se revoltou a população? Terá razão um libanês ao dizer que: ‘Não queremos mais um país que ainda vive na Idade Média, Kadafi é um insano assassino”.
Mas então porque uma imensa massa de apoiadores do seu Governo, muitos com fitas verdes amarradas na cabeça, o aplaudiam numa grande concentração enquanto discursava o Líder da nação? E porque parte do Exército estaria deserdando e se aliando aos populares nas ruas?

Embaixadores líbios estão renunciando aos seus cargos nos países em que se encontram. Pilotos da Força Aérea da Líbia estão descendo seus aviões em aeroportos de outros países e pedindo asilo.

Está interrompido o fornecimento de 1milhão de barris/dia de petróleo para a Europa, em especial para a Itália, com previsões de ver afetada sua indústria.

Pronunciamentos exacerbados contra o ditador líbio são proferidos por estudiosos de plantão na mídia internacional, mas poucos lembram o apoio da Europa e dos EUA dado ao Governo líbio em troca do petróleo retirado do país pelas poderosas empresas multinacionais. A hipocrisia grassa em textos contundentes. E já há quem admita que os EUA podem vir a ganhar muito com uma possível diminuição do anti-americanismo no mundo árabe.

Esquecem que se as massas dos países sob rígidos governos teocráticos não estão tolerando mais os abusos de seus governantes, elas também estão conscientes do forte preconceito que o mundo ocidental cristão nutrem contra suas culturas, do atraso sócio-econômico em que vivem e do nível de orgia econômica que vive a Europa a custa do petróleo que jorra em suas terras.

Na realidade a convivência do mundo ocidental capitalista com essas ditaduras na região é de total tolerância para com os governos regiamente pagos, em face de toda sorte de abusos contra suas populações exploradas e atrasadas. Assim tem sido há séculos por toda a África, até hoje. A conivência continua enquanto a revolta popular não explode.

Quando a irreversível rebelião nas ruas se impõe, “Chefes de Estado” são abandonados como funcionários despedidos de uma grande Empresa, ainda que na maioria dos casos, o ditador deposto vá gozar de sua, já garantida com antecedência, aposentadoria luxuosa em algum balneário paradisíaco, onde entre goles de um bom tinto-claro com frutos do mar, se conformará com o ditado: “Valeu enquanto durou”.

Nas ruas do país ficaram os corpos mortos, feridos, presos torturados, famílias em pranto, e a comemoração pela fuga do déspota, a alegria coletiva momentânea, ilusão da vitória pela grande massa... Até a ordem dos novos donos do poder: Venceu a vontade popular! Voceis ganharam! Agora voltem para suas casas.

Assim, e até onde consigo vislumbrar os acontecimentos no Magrebe, é o que eu penso. O resto são detalhes, filigranas políticos para deleite dos especialistas, que pouco acrescentam a realidade.

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