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quarta-feira, 30 de março de 2011

Libia: La desinformación es un crimen contra la humanidad

Libia: La desinformación es un crimen contra la humanidad
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LÍBIA: A DESINFORMAÇÃO É UM CRIME CONTRA A HUMANIDADE
24/03/11

Por “Stella Calloni”:

(obs: os dois parênteses incluídos são deste blog. Para ter acesso ao texto original basta clicar no título).

A desinformação sobre os acontecimentos em Líbia é das mais emblemáticas nos últimos anos porque esta ocasião só nos faz lembrar a ilegalidade da guerra contra a Iugoslávia, bem como da leviandade de certa parte da imprensa e de alguns intelectuais “progressistas”. Mentiras e falsidades não só são transmitidas por meios de comunicação majoritariamente em mãos do poder hegemônico mundial, como também por muitos dos chamados “meios alternativos”.

Curiosamente, falam que estão transmitindo “indiretamente em forma direta” os acontecimentos em Líbia, mas o fazem de Paris, sem que nada tragam em termos de informação objetiva sobre os fatos. É possível transmitir os gravíssimos acontecimentos na Líbia, desde Paris, Madri ou qualquer outro país europeu?

É impossível. Só estando em território é que se pode seguir as alternativas da guerra, ou informar-se por quem está no local, incluindo diplomáticos de todos os países, a quem se deve recorrer para não termos apenas a versão dos “aliados”.

Um exemplo: Leio hoje num jornal daqui, que a oposição disse que o governo líbio havia matado oito mil pessoas. Quem o disse? Quais são e onde estão os líderes dos rebelados, que aparecem pela primeira vez na história e que não são conhecidos? Esta rebelião é das mais curiosas, onde se diz ser da maioria esmagadora do povo líbio, não obstante, popular.

Se falou no escasso tempo de dias, sobre manifestações dos opositores em zonas chaves petrolíferas e dos bombardeios do governo contra os rebeldes. Porém a China e a Rússia havia advertido que não tinha sido detectado em seus radares, nem por nenhum celular local, qualquer sinal de aviões na região ou dos bombardeios.

Um dia alguém aparece como líder do “Comitê de Transição” formado pelos opositores, mas no outro dia desaparece e logo a seguir aparece outro no seu lugar; e esses “grupos de oposição” fantasma fazem conferencia com o governo da França e de outros países.
Nada se conhece sobre os objetivos dos rebeldes nem de suas reinvidicações, salvo que querem derrotar Gaddafi; como também querem os aliados nesta causa e não só pelo petróleo mas como também pelo avanço estratégico dos EUA e seu sócio Israel em uma região que buscam ter definitivamente sob controle.

Na história dos “levantes populares” não há registro de algo parecido.

E em que se baseia a Mídia ao informar com tanta precisão o suposto número de mortos do lado dos opositores? Li em outro meio jornalístico que Gaddafi seguia bombardeando os opositores, enquanto a Coalizão bombardeava outras regiões do país. De onde conseguiram tal informação? De Paris, Roma, Londres ou Washington? Porque então as forças da coalizão não estavam, conforme designado pela ONU, dando proteção na zona de exclusão aérea dos aviões líbios? E que se espera que digam os repórteres localizados nesses “estratégicos” lugares de conflito?

É preciso dizer que impera a desinformação dos aliados nesta “Odisséia do Amanhecer”, que lamentavelmente sepultou o pouco de esperança que se tinha das Nações Unidas. Estes “aliados” necessitam da sustentação dos seus argumentos falsos como da água para beber.

Porque é falso, absolutamente falso que não tinham outra alternativa para os acontecimentos na Líbia. Porque não sabiam sequer com precisão o que estava acontecendo; como já assinalavam vários diplomáticos, entre eles os da Turquia; não esperaram ter maiores dados confiáveis do que ocorria e apressaram a resolução da ONU.
Logo, como estavam esperando na região com todas as suas armas de prontidão, em horas lançaram o ataque.

O esquema da zona de exclusão, especialmente vinda de uma conjunção de “aliados”, não é uma medida a ser tomada de uma hora pra outra. Qualquer militar sabe disso, principalmente se vai agir com responsabilidade. Essa responsabilidade não existiu em nenhum momento.

Os ataques contra objetivos líbios que alcançaram zonas civis, começaram sem haver qualquer avaliação do funcionamento do “no-fly zone”. Nem avaliaram os meios necessários para evitar tomar medidas mais drásticas.

O que mudou no humor europeu quando até pouco tempo recebiam Gaddafi, depois de anos de enfrentamento e, não como dizem “analistas” mal informados, ou inventados segundo as circunstancias, que dizem que sempre foram amigos do governante líbio. Muito ao contrário.

(Aqui peço licença pra fazer uma ressalva ao texto: Existem fotos na internet que comprovam como Gaddafi era muito bem recebido por vários chefes de Estado. O que claro, não incluía se “amarem”).

A diplomacia européia e a confusão e diferenças existentes dentro do governo líbio, proporcionou a venda de petróleo em quantidades bem maiores que Gaddafi disponibilizava para os EUA.

E se o petróleo está por trás dos acontecimentos e dos atos contra um país, sem ter maiores quantidades de informações, e sem dedicar um tempo maior para as necessárias análises, volta a se repetir um fato que será grave para os povos europeus no futuro.

Repito aqui alguns parágrafos de uma nota que escrevi recentemente:

Em início de 2004, o analista estadunidense Paul Harris, (Soberania, info. 2004) dizia que:

“O verdadeiro objetivo da guerra dos Estados Unidos contra o Iraque é a competência desse país contra o euro. Há muitas razões para a obsessão de Ceorge Bush”.

Harris havia mencionado que a ação contra o Iraque era na verdade contra a Europa. (Essa me pegou desprevenido quando li a primeira vez)!

“Sempre que uma nação decide ir a guerra, se faz planos sobre quem ganhará e quem perderá; Ninguém vai a guerra esperando perder, porém nem sempre o objetivo óbvio da agressão é o verdadeiro motivo da guerra. Às vezes não se trata do que se espera ganhar de uma guerra, mas do que o outro vai perder; e nem sempre o teu inimigo declarado será quem vai arcar com as perdas”.

(Aqui encontrei a melhor definição para a palavra “vetor”, muito usada em textos que cuidam de “guerra psicológica”. Prossegue a autora):

Nesse caso prognosticava Harris a vítima real de Bush, a economia européia, a qual é robusta e provavelmente se fará mais forte no futuro.

Analisava Harris, que a Inglaterra irá entrar na União Européia mais cedo ou mais tarde, a exemplo da Escandinávia. Incluídos esses países na comunidade do U.E., haverá dez novas nações membros em Maio de 2004, (?), que levarão para o PIB da comunidade do euro U$9.6Trilhões com 450 milhões de pessoas, em contrapartida dos U$10.5Trilhões e os 280 milhões de pessoas nos EUA, o que representará um “Bloco” de formidável contundência de competição.
Porém, a situação é muito mais complexa do que aparenta esses números e muito dessa situação vai depender o futuro do Iraque.

Recordava ele, que ainda que o controle do petróleo estaja por trás da guerra contra o Iraque, o motivo real não eram as enormes reservas ainda por explorar naquele país nem o interesse dos EUA botarem as mãos no controle do petróleo iraquiano. Na verdade, a intenção dos EUA na guerra contra o Iraque era manter suas mãos, longe mesmo, do petróleo iraquiano.

Tão pouco precipitaram as ações contra o Iraque, os atentados suspeitos que derrubaram ou implodiram as “Torres Gêmeas” em 11 de setembro de 2001; nem que Washington considerava Sadan Husseim um mostro, mas o que precipitou tudo isso, (?), foi que em 06 de novembro de 2000, Iraque decidiu mudar para o euro a moeda com que fazia suas transações de petróleo. Desde esse dia começou uma progressiva desvalorização do dólar frente ao euro, e significava que o Iraque considerava melhor o ganho com a mudança da moeda nas transações.

A pergunta que se fez G.Bush foi:

“Que acontecerá se a OPEP resolver trocar o dólar pelo euro? Se a OPEP resolve comercializar o petróleo em euro e não mais em dólar, resultaria uma explosão econômica e as nações consumidoras de petróleo teriam que tirar suas reservas em dólares de seus Banco Centrais e substituí-las por euros. O valor do dólar viria abaixo e as conseqüências seriam as esperadas em qualquer colapso monetário, enorme inflação. Os fundos estrangeiros fugiriam atropeladamente do mercado financeiro norte-americano e haveria uma fuga de ativos em dólares dos Bancos a exemplo de 1930. O déficit orçamentário seria incontrolável e assim por diante”.

Em suma, o desastre seria tal que afetaria o Japão, o que atingiria mais duramente os EUA.

“Logo, o objetivo da guerra de Bush foi ameaçar com ações significativas, contra qualquer produtor de petróleo que pensasse em trocar o dólar por euro nas transações de petróleo. Era o euro, a Europa, o objetivo. Os EUA não iam cruzar os braços conformadamente e deixar que esses novos- ricos, “advenedizos” europeus tomassem as rédeas do seus destinos e muito menos ditassem o rumos das finanças no mundo”, concluía Harris, ao fazer um estudo detalhado de como o dólar se impôs depois da 2@ Guerra Mundial, como “força do dólar” pós 1945, elevando a moeda ao nível de moeda internacional para transações de petróleo no mundo, como viria a se chamar o “petro-dólar”.

A invasão do Iraque serviu para esconder esse golpe contra o contundente fortalecimento da Europa e também enfraquecer organismos em mãos novas, como aconteceu com a OPEP e os esforços do Presidente Hugo Chaves em suas iniciativas de ser independente nas negociações do petróleo com os EUA.

Há muito por trás de uma ação bélica tão cruel como esta. Já se conhecem as mentiras, os falsos argumentos que usaram para invadir o Iraque e o Afeganistão. Mas quem se importa? Acaso a ONU se preocupa com a mortandade que continua até hoje no Afeganistão e no Iraque? A ocupação é um fato consumado, ao estilo Hitler.

Nada se pergunta porque se começou os bombardeios e não estabelecendo a zona de exclusão aérea, medida já ilegal em face das circunstâncias, mas usando da lógica da guerra, a obrigação de cumprir ao menos para a galeria dos observadores, era a de se criar um corredor de exclusão aérea, de forma que os aviões líbios não pudessem fazer os alegados ataques aos opositores.

É absolutamente falso o “humanitarismo” de quem torturou desapiedada –mente, matou, assassinou e violentou crianças, mulheres e homens no Iraque e no Afeganistão. É falso o “humanitarismo” de quem mantém cárceres de experimentos que degradam a condição humana como na base de Guantânamo, território cubano usurpado pelos Estados Unidos.

E no entanto, tudo segue se sucedendo e o “humanitarismo” de Washington e seus aliados continuam; como fizeram em toda da América Latina, apoiando e financiando terroristas de Estado de todas as ditaduras, como seguem fazendo em Honduras, onde camuflam um governo nascido de um golpe, de democracia, e ainda continuam assassinando dezenas de camponeses, trabalhadores, profissionais, professores e entre estes, 11 jornalistas mortos nos últimos meses. Também na Colômbia, os Estados Unidos ocultam do povo colombiano que armam paramilitares e o exército do país contra seu próprio povo.

Na Colômbia já há a denúncia de 250.000 desaparecidos sob o terrorismo de Estado e a cada semana morrem mais pessoas do que morreram em todo o período de ditadura de Pinochet no Chile, como ficou demonstrado pelo organismo dos Direito Humanos em Genebra.

Seria muito extenso enumerar os sinistros “humanitários” do império e também da impunidade de que gozam. Não há um só condenado nos Estado Unidos por esses crimes. Em troca de uma justiça real, a cada tanto, condenam um ou dois soldados norte americanos como autores de todos os crimes cometidos e conhecidos por fotos, no Iraque e no Afeganistão.

Esses soldados brincando com os cadáveres de suas vítimas, posando sorrindo junto aos mortos em tortura, exemplo de perversidade extrema, são treinados para isso.

Oficiais norte-americanos declararam publicamente que conseguiram dos seus soldados o reflexo condicional para matar.

Alguém investiga como se dá esse treinamento brutal das tropas dos Estado Unidos? Se interessa alguém pelos documentários exibidos em TV aberta, para constatar como esses treinamentos servem para humilhações e torturas contra os soldados, com a justificativa de “torná-los fortes”, segundo dizem seus manuais?

Como são as imagens usadas nos treinos de tiros nos quartéis norte-americanos? São figuras árabes, negros, mestiços, índios, e junto a elas, figuras de gorilas e outros animais.
É esta a mensagem, estão matando não seres humanos, são seres de um mundo de bestas-feras, como o colonialismo brutal nos designou.

É por tudo isso que a irresponsabilidade e a cumplicidade embutida nas informações que são transmitidas, são tão criminosas como os tiros que matam.
E por isso existem os “rebeldes” e grupos cujas origens e objetivos não se conhecem.
Pode-se estar defendendo a mercenários, última moda da guerra preventiva, sem fronteiras e sem fim, mercenários reunidos pelos caminhos do mundo , como os mandados para Angola, que eram chamados de heróis ou contra a Nicarágua nos anos 80.
Esses homens, soldados da fortuna, cães de guerra, que são usados pelas tropas de ocupação no Iraque e no Afeganistão, contra populações indefesas, mas que não preocupam os “humanitários” da ONU.

A hipocrisia selvagem de nossos tempos é uma afronta à humanidade, no entanto, ainda que tudo isso continue acontecendo, ela está sob grave ameaça.
Por isso recuperar a palavra e agita-la é uma questão de resistência contra a selvageria e a mortandade.

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